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O mistério de Deus
( Comentário de Antenor de Andrade)
Deus um tema sempre interessante que vem bombando em todos os tempos, talvez hoje até mais do que em outras épocas. Não só é veiculado por teólogos e estudantes da Escritura, mas também por literatos, historiadores e mesmo por aqueles que dizem não acreditarem no Ser Supremo.
Há alguns anos um famoso ateu francês e sua esposa visitaram o Brasil. Ao embarcarem em Recife, retornando ao seu pais, meia hora após a decolagem, uma das quatro hélices da aeronave deixou de funcionar. O pânico envolveu a cabine do Sky Master. A sorte ou Deus fizeram com retornassem ao aeroporto da capital pernambucana. Alguns passageiros comentaram que o cidadão que se gloriava de não acreditar em Deus, nas horas de tumulto sobre o Atlântico, gritava nervosamente pela ajuda de Deus.
Infelizmente, autores há que nem sempre tratam o assunto com o devido respeito. Alguns querem ser tão sábios como o próprio Deus (afinal são filhos de Adão), outros partem para o humorismo para a ridículo ou até para a blasfêmia.
A última viagem de Deus é um desses trabalhos que tenta ridicularizar o Ser Supremo. J. Marlow descreve Deus morto, boiando sobre o mar e cujo cadáver pesa cerca de sete mil toneladas. Vem então o problema: como se desvencilhar de um fardo tão incômodo? A solução ficou com os monstros marinhos que se encarregariam do trabalho.
O inglês, Ted Hughes apresenta um Deus que tem problemas com a criação. Cansado adormece e ronca.
A ex-religiosa norte americana Karen Armstrong em História do Deus de Abraão aos nossos dias. Conclui sua obra dizendo que Deus é fruto do imaginário coletivo, diferente segundo as épocas e as culturas.
Outro frances, Alain Tetê, prega que o ateu não tem a tarefa de demonstrar a inexistência de um Espírito transcendente e criador, mas de fazer desaparecer a mesma idéia de Deus.
Em Miséria de Deus o autor Joseph Mouton defende que Deus está em estado de coma.
Evidentemente Deus é o que há de mais sagrado e sublime na civilização humana. Ele é a base de todos os valores. Se o destruirmos em nossas vidas, elas não terão mais sentido e seremos os mais infelizes dos seres.
É difícil entender a postura de tais pessoas, também elas criadas à imagem e semelhança de Deus.
* Continuaremos esta reflexão teológica sobre o Criador. Elas se inspiram na leitura que faço do livro de Gianpaolo Salavini, SJ: Ragione e Fede di fronte al mistero di Dio.
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