OLHAR DE DEUS PARA OS IDOSOS.
Introdução: Sal. 92:15 "até na velhice darão frutos". A exemplo das
árvores que, quanto mais vivem são “mais belas, mais amigas, vencedoras da
idade e das procelas”, o ser humano idoso também pode ter beleza e
compartilhar carinho e experiência de vida com as gerações mais novas. Cada
etapa da vida tem seu encanto porque a vida é um presente de Deus. Aqueles
que conseguem chegar à chamada terceira idade, ou outros nomes mais gentis
lhe têm sido dados, como “melhor idade” e “feliz idade”, são privilegiados,
pois conseguiram sobreviver às lutas e tempestades de toda uma existência.
Infância, adolescência, juventude, maturidade... o tempo passa depressa. No
dizer do escritor sagrado “tudo passa rapidamente e nós voamos”.
As
transições da vida são normais e inexoráveis. Com mais ou menos dificuldades,
vamos passando de uma etapa à outra, aprendendo com erros e acertos,
desenvolvendo habilidades, estabelecendo laços, realizando, trabalhando, crescendo,
sonhando. Alguém disse que “quando somos jovens fazemos caretas para o
espelho. Quando envelhecemos o espelho se vinga!”. Pensamento que expressa
uma das preocupações do envelhecer, que para muitos pode tornar-se um
sentimento destrutivo e desalentador: o enfraquecimento físico. Problemas
visuais e auditivos, enfraquecimento dos ossos e dos dentes. Cabelos que
embranquecem ou “azulam”... Enfermidades, cansaço, limitação da liberdade,
dependência de terceiros. Perda de memória, dificuldade de coordenação e
lentidão de raciocínio. Sinais de envelhecimento, alguns dos quais já foram
bastante amenizados pela medicina dos nossos dias. Se acreditarmos realmente
que cada idade tem seu encanto e beleza, vamos aceitar com mais naturalidade
a passagem do tempo, podendo até nos perceber simpáticos e bonitos! É
possível ter uma vida feliz na Terceira Idade, quando assumimos com
serenidade a passagem do tempo. Queiramos ou não, todos envelhecemos. Não é
defeito, nem castigo. É bênção, porque é a continuação da vida, e quando
caminhamos de bem conosco mesmos, podemos fazê-lo sem inquietação, com
naturalidade, dignidade, graça e alegria, podendo ser “sombra amiga” para os
que nos cercam. É preciso alimentar o espírito, fortalecendo a fé, a
esperança e a intimidade com Deus. É necessário dominar a tendência de olhar
para trás, lamentando o que passou, o que poderia ter sido. Agarrar-se ao que
passou, alimenta autocompaixão e leva a sentimentos negativos. Passamos a nos
considerar como numa “fila de espera”, onde só resta cruzar os braços e
esperar o fim. Diz um provérbio judaico que: “Para o ignorante a velhice é o
inverno, mas para o sábio é a estação da colheita”. É preciso manter-se
ativo, útil, participante, interessado no que se passa ao redor, mais
receptivo e menos crítico. Sobretudo, é preciso conservar a capacidade de
sonhar. Sonhar com um futuro melhor para as novas gerações: sonhos de paz
entre os homens, de justiça e paz para a Pátria e o mundo. Pessoas idosas,
terceira idade, melhor idade, anciãos, longevidade, ..são algumas
qualificações para aqueles que se encontram na fase amadurecida da vida, ou
melhor na fase da sabedoria acumulada. Definir com quantos anos alguém entra
nesta fase é difícil. Há muitas pessoas idosas com espírito jovem e muitos
jovens com pensamento de gente "velha". O atual Ministério do Idoso
é uma meta significativa e principalmente um estímulo para o futuro, a partir
do momento em que o envelhecimento da população mundial será sem dúvida um
dos fenômenos mais relevantes do século XXI. Durante as duas últimas décadas,
a Organização das Nações Unidas fez-se promotora de numerosas iniciativas
orientadas para compreender e encontrar soluções para os problemas que
apresenta o aumento crescente do número de pessoas que iniciaram a fase da terceira
idade. Destas iniciativas, uma das mais louváveis foi o Ano Internacional das
Pessoas Idosas, celebrado em 1999, uma ocasião eficaz para chamar de novo a
atenção de toda a humanidade para a necessidade de enfrentar responsavelmente
o desafio de construir "uma sociedade para todas as idades".
"A dignidade dos idosos e a sua missão na Igreja” Foi o comentário da
Dra. Meire, membro do Riacho Grande no lançamento do Ministério do Idoso em
março de 2004. Nesta ocasião, a Igreja Adventista no Campo da Paulistana
renovou a atenção que sempre demonstrou em favor desta categoria de pessoas.
De fato, está a verificar-se em toda a parte uma mudança profunda da
estrutura da população, que leva a delinear os projetos de sociedade e a
debater de novo não só a sua estrutura econômica, mas também a visão do ciclo
vital e das relações entre as gerações. Pode dizer-se que uma sociedade se
mostra justa na medida em que responde às necessidades assistenciais de todos
os seus membros e que o seu nível de civilização se mede pela proteção
prestada aos membros mais débeis da sociedade. Como garantir o perdurar de
uma sociedade que está a envelhecer, consolidando a segurança social das
pessoas idosas e a sua qualidade de vida? Para responder a esta pergunta é
preciso não se deixar guiar principalmente por critérios econômicos, mas
inspirar-se melhor nos sólidos princípios morais. Faz falta, em primeiro
lugar, que se considere o idoso na sua dignidade de pessoa, dignidade que não
diminui com o passar dos anos e com a deterioração da sua saúde física e
psíquica. É evidente que esta consideração positiva só pode encontrar um
terreno fecundo numa cultura capaz de superar os estereótipos sociais, que
fazem consistir o valor da pessoa na juventude, na eficiência, na vitalidade
física e na boa saúde. A experiência diz que, quando falta esta visão
positiva, é fácil que o idoso seja marginalizado e relegado para uma solidão
comparável a uma verdadeira morte social. Não depende porventura em grande
parte a estima que o idoso tem de si próprio da atenção que recebe na família
e na sociedade? Trata-se de uma tarefa difícil e que só é possível realizar
se for aplicado o princípio da solidariedade, do intercâmbio entre as
gerações e da ajuda recíproca. Uma ajuda para a solução dos problemas relacionados
com o envelhecimento da população provém sem dúvida da inserção efetiva do
idoso na sociedade, utilizando sua contribuição, da experiência,
conhecimentos e sabedoria que ele pode oferecer. O idosos não devem ser
considerados como um peso para a sociedade, mas como um recurso que pode
contribuir para o seu bem-estar. Trata-se, por fim, não só de fazer algo
pelos idosos, mas de aceitar também estas pessoas como colaboradores
responsáveis, com modalidades que o tornem realmente possível, como agentes
de projetos partilhados, em fase de programação, de diálogo ou de realização.
A nossa civilização deve garantir aos idosos uma assistência rica de
humanidade e impregnada de valores autênticos. A este propósito, podem
desempenhar um papel determinante o Ministério do Idoso, a colaboração dos
voluntários, o empenho direto das famílias. Refletir sobre a terceira idade
significa, por conseguinte, considerar a pessoa humana que, desde o
nascimento até ao seu fim natural, é dom de Deus, Sua imagem e semelhança, e
esforçar-se para que cada momento da sua existência seja vivido com dignidade
e plenitude. O ministério do Idoso quer chamar a atenção da igreja Adventista
para a responsabilidade de todos em relação às pessoas idosas. A velhice é
uma etapa natural do ser humano. Para envelhecer com dignidade é fundamental
aceitar a própria realidade, tirando proveito de tudo o que ela oferece. COMO
VIVEM OS IDOSOS NO BRASIL ? Hoje, 5,8% da população tem mais de 65 anos e em
2005 chegará a 15%, com 32 milhões de idosos. aumento de expectativa de vida,
de mitos e preconceitos, da influência da mídia e da compreensão da velhice.
Cerca de 45% dos idosos precisam de ajuda para realizar certas atividades e
13,46% apresentam algum grau de dependência. Os avanços tecnológicos e a
modernidade parecem incompatíveis para quem não tem a agilidade necessária.
Na sociedade atual, o idoso é vítima do preconceito e da discriminação,
perdendo a iniciativa e a motivação para viver. O mais grave é a falta de
sensibilidade e de consciência sobre o sofrimento. Daí um grave problema que
afeta estas pessoas: a auto-imagem. Além da carga da idade, pesa a idéia que
fazem de si mesmos e como são tratados pela sociedade. Mas constata-se o
aumento da expectativa de vida e da compreensão da velhice. A inteligência
não diminui e o idoso é capaz de aprender. OLHAR DE DEUS Na Bíblia, a velhice
é considerada como uma "bênção de Deus". Lembrou Abraão, Sara,
Simeão e Ana. O salmo 144 que fala dos idosos como sábios conselheiros:
"nossos pais nos contaram". A longevidade faz parte das promessas
messiânicas. aposentadoria (etimologicamente, aposentado = retirar-se nos
aposentos), da ancianidade (e não senilidade), se o idoso for desconsiderado
pode se enclausurar. Há idosos que são órfãos de filhos vivos. Surge então, a
necessidade de trabalhar o relacionamento. Disse alguém: “ Que o idoso é um
eterno aprendiz e o amor não tem idade.” CONCLUSÃO: O mistério da vida nos
leva à velhice. E isso é inevitável. Inevitáveis também são os limites que a
idade avançada nos impõe. Melhor seria aceitá-los e preparar-se para isso. O
que não podemos aceitar são as injustiças sociais cometidas contra o idoso. A
Bíblia também denuncia e clama por justiça. Se uma sociedade não é capaz de
se preparar parar cuidar dos seus idosos, ela merece ser punida. Adaptado –
Pr. Márcio Vianna Diretor do Ministério do Idoso – Associação Paulistana.
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Os textos são ótimos e servem de referencial para um diálogo conscientizador.
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