Os
grandes desafios da sociedade de hoje - I
Antenor de Andrade Silva
Não precisamos pensar muito, nem nos
afastar de nosso terreiro para nos apercebermos dos grandes desafios que nosso
tempo jogou sobre o homem moderno.
Há poucos anos foi publicado na Itália um
livro[1]
sobre os problemas enfrentados pelo homem moderno. Os autores[2]
apontam cinco desses desafios.
1º -
Democratização do poder mundial.
2º -
Unidade e diversidade.
3º -
Ecologia.
4º -
Uma ética comum.
5º -
Uma espiritualidade dos relacionamentos.
1º -
A democratização do poder mundial
Vivemos uma nova forma de dependência em nível
mundial. Isso devido à concentração nas mãos de poucos do pode econômico,
político, cultural, militar. Uma boa parte de países vive desde há muito sob
uma situação colonial de dependência, de exploração por parte de outras bandeiras
poderosas, arrogantes e insensíveis. Paulatinamente vão se dessangrando em seus
recursos naturais e populacionais, tornando-se sempre mais incapazes de
reagirem contra os dominadores que não consideram as consequências de suas
atitudes de exploradores. Conhecemos os assim os denominados países de: 1º, 2º,
3º, 4º mundos.
É verdade que de uns poucos anos para
cá a situação tem se modificado, por causa de pressões e revoltas. E isso não
tem acontecido por iniciativa dos exploradores.
Não será fácil superar essas
discrepâncias, enquanto os países poderosos conservarem seu espírito de
ganância, arrogância e dominação, semente das guerras cíclicas que têm assolado
a humanidade.
As disparidades, as injustiças e
dominações de todos os tipos, o reconhecimento da pessoa e dos direitos e
deveres das nações, uma mudança radical da lógica do Capitalismo reclama
urgente um novo ordenamento mundial dos vários poderes. Faz-se necessária uma
distribuição mais racional das riquezas e a aplicação irrestrita dos direitos
humanos. Esses objetivos devem ser perseguidos por todas as nações.
Utopia
ou quimera irrealizáveis, não podemos deixar de trabalhar para realizarmos em
nível mundial e nacional:
-
a democratização econômica e política dos poderes mundiais e nacionais;
-
o primado de uma política ética, favorável ao homem sobre uma economia que
muitas vezes o desumaniza;
-
o exercício de uma política que não seja um meio de enriquecimento próprio, mas
que seu exercício por parte daqueles que são indicados venha a bem da nação e
do povo que a compõe;
-
os políticos sejam servidores e não aproveitadores da coisa pública (res publica);
-
os inescrupulosos e aéticos devem ser alijados o quanto antes do cargo, para
isso devem haver leis que os
controlem, os admoestem e os punam;
-
que haja realmente uma democracia real com mecanismos de participação e
corresponsabilidades em nível nacional;
-
há quem fale de um governo mundial, uma autoridade que represente todos os povos,
aceita por todos.
Meu
ponto de vista é que esse governo de nível mundial não resolveria os desafios
modernos enfrentados pelo homem. Esse poder concentrado seria capaz de
compartilhar sua autoridade com os diferentes povos? Não a concentraria cada
vez mais, gerando uma nova ditadura universal, uma situação ainda mais desumana
e sanguinária?
A
lógica capitalista não divide, recolhe, usurpa, espezinha e escraviza. Ela é
desumana. Por outro lado, perguntamos: até quando os povos, sobretudo os que
estão abaixo do Equador suportarão pacificamente a exploração dos poderosos e
sem escrúpulos?
Em
nossos dias vemos algumas mudanças de povos insatisfeitos e que criaram coragem
de resistir e mudar o status quo, reinante
desde há muito. Oxalá a nova ordem que aspiram e pela qual lutam beneficie
realmente suas populações.
Excelente texto, parabéns!
ResponderExcluirObrigado. Estava sentindo falta de seus inteligentes comentários
ResponderExcluirEsse é super realista, muito crítico. Tenho total acordo com o texto.
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