terça-feira, 6 de setembro de 2011

RELIGIÕES - 1a parte [Ir. José Maria sdb]

·      RELIGIÕES DA  HUMANIDADE
Adaptação  Ir. José Maria sdb.

“Qual é o primeiro de todos os Mandamentos? Respondeu Jesus : “O primeiro é : ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás  ao Senhor teu Deus  de todo teu coração, de toda tua alma, de todo teu entendimento e de toda tua força. O segundo é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes  (Mc 12, 28-31).
Esse trecho dos Evangelhos resume, segundo a Tradição Cristã, o sentido mais profundo da Mensagem religiosa, expresso através da fraternidade humana universal, cujo fundamento é a certeza da paternidade divina.
Reverência e amor ao sagrado são características comuns á variada experiência religiosa da humanidade. Mesmo quando a concepção de um Deus único e pessoal é obscura ou inexistente , como em alguns dos grandes sistemas religiosos do Oriente, a visão da ordem superior do Universo igualmente inspira medo, respeito e fervorosa piedade.
Por volta do século VI a.C., guias espirituais em diferentes partes do mundo, anunciaram a necessidade de amor e confraternização entre os homens, caminho de amparo e conforto diante da fragilidade e insegurança da condição humana.
Os profetas do Antigo Testamento e o filósofo grego Sócrates, no Ocidente, assim como Buda, Lao-Tzé e Confúcio, no Oriente, marcaram momentos importantes para a humanidade, propondo, em essência, um justo padrão de relacionamento entre os homens e um sentido renovado para a existência.
O alcance das mensagens dos guias que pregaram a renovação da vida espiritual não se restringiu a determinado período histórico, mas persiste, até a atualidade, inspirando as mais fundamentais concepções morais e religiosas da humanidade. Profetas como Isaías e Amós não se limitaram a alertar o povo de Israel para que se mantivesse fiel a Javé; preocuparam-se, sobretudo, em recomendar  o desvelo e a atenção para com os desprotegidos, pois o sentimento religioso se manifesta, por excelência nas ações do amor.Suas palavras abalaram o ordem social, pois culpavam os ricos de oprimirem os pobres e admoestavam os fiéis para que cumprissem a lei ditada por seu Deus.
CONFÚCIO (551-479 a.C.) e Lao-Tezé (600 a.C., aproximadamente), dois mestres da civilização  chinesa, representam estilos opostos de sabedoria. O primeiro procurou esquecer as regras tradicionais de etiqueta, em que se baseava a organização da sociedade chinesa, dando-lhe  um conteúdo de sinceridade. Confúcio tornou-se célebre pela formulação da  lei áurea, baseada no princípio de reciprocidade.  Quando um discípulo lhe perguntou : “Há uma palavra única pela qual o homem possa viver?”, o mestre respondeu: Sim, é a reciprocidade. O que não desejas que façam a ti, não o faças também aos outros”.
O Tao, caminho da verdade, pregado por Lao-Tzé, desvencilha-se da requintada etiqueta predominante na sociedade chinesa e propõe uma solução mística e espiritual que contradiz a hierarquia confuciana e prometa a salvação pessoal, baseada no desprezo pelas convenções e no encontro com a inspiração da natureza.Tao significa literalmente “caminho” ou “estrada” , no sentido do decorrer normal das coisas e do princípio harmonioso da natureza. Transposto para o plano do comportamento humano, a Tao representa uma ética de harmonia e integração entre os homens e a natureza.
BUDA  (560-480 a.C.), é o filósofo da compaixão. Inclinou-se sobre a  miséria da condição humana – a velhice, a doença e a morte – indicando o caminho que liberta o homem dos desejos e das ilusões que o prendem a existência terrena e ás sucessivas reencarnações, a fim de que ele possa entrara na eternidade impessoal do Nirvana.
 SÓCRATES ( 470- 399 a.C.) representa, por excelência, a contribuição do gênio grego á vida moral e religiosa da humanidade. Inconformado com a ordem convencional, criticou a ambição política dos sofistas, sendo, em contrapartida, acusado de “ateísmo” , “impiedade” e “corrupção da juventude”.  Não propôs uma religião nova, mas insistiu que a plenitude da vida moral pode ser alcançada pelo homem através do caminho da razão.  Pagou com sua vida, de modo voluntário e consciente, a fidelidade e esses princípios. Foi o mais profano dos líderes espirituais, pregando, com tranqüila confiança, o exercício da razão e da prática das virtudes.
Se, por um lado, podem ser acentuados o caráter de semelhança e a universalidade de mensagens éticas e religiosas, por outro convém lembrar que, vinculadas á civilizações bastante diversas, as religiões assumiram formas  de expressão e conteúdos específicos. As explicações sobre a posição do homem no cosmos e seu relacionamento com os outros homens, seguiram alternativas variadas de formulação, tornando-se difícil, por isso mesmo,  definir o que seja religião. O mundo sobrenatural de várias sociedades acha-se povoado por deuses, demônios e espíritos, assim como pelo Deus Único ou pela negação de Deus. Mas há sempre um aspecto comum a todas as religiões, uma preocupação com há de mais fundamental na condição humana : a origem da existência, a angústia da vida o mistério da morte.  Em resposta á fragilidade da situação existencial, as religiões proporcionam aos homens fundamento e sentido para a própria existência.
Nas culturas dos povos pré-letrados, a religião e a magia ocupam um lugar de destaque, proporcionando ao homem a razão para a própria existência. 

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