quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

AULA DE DIREITO

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila: 
Como te chamas?- Chamo-me Juan, senhor.Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor. Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos assustados e indignados porém ninguem falou nada.Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?... Seguíamos assustados porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta: - Para que haja uma ordem em nossa sociedade. Não! - respondia o professor. - Para cumpri-las.Não!- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.- Não!! - Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?! Para que haja justiça - falou tímidamente uma garota. Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo:- Para salvaguardar os direitos humanos...Bem, que mais? - perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado...  Para premiar a quem faz o bem...
- Para diferençar o certo do errado...  Para premiar a quem faz o bem...Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta: agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?... Todos ficamos calados, ninguém respondia. Quero uma resposta decidida e unânime!- Não!! - respondemos todos a uma só voz.Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?- Sim!!!E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las? - Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente.Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.

"Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia".

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