O homem que só tinha
uma mão (A. Andrade).
Encontrei-o na Mesquita de
Abraão, cidade de Hebron a 37 km ao Sul de Jerusalém. Era um jovem árabe, moço
de seus 25 e poucos anos, tez amorenada e bem aparentado.
Pediu uma esmola ao nossos grupo
e logo percebi que lhe faltava uma das mãos. Fiquei curioso e lhe perguntei que
lhe havia acontecido. Ele não falava inglês como eu não entendo árabe. Nosso
professor então me explicou que sua mão havia sido amputada para que todos
soubessem que ele era ladrão. Era
a aplicação da Lei de Talião (veja postagem no Face: Antenor Missionário
Antenor).
Olhei com ternura para aquele
moço. Ainda hoje tenho sua figura em minha mente. Era jovial e alegre, como
pode ser alegre um árabe. Eles não são de muitas conversas, nem tão acessíveis.
Porém quando se tornam nossos amigos são capazes de enormes sacrifícios para
estarem ao nosso lado.
Nossa cozinheira no Instituto de
teologia de Cremisan (Jordânia) era árabe. Calada, introspectiva, aspecto de
sofredora, talvez anulada pelo jugo inclemente do marido para quem a mulher é
um tipo de escrava. No entanto, fizemos uma grande amizade, quando ela soube
que eu era brasileiro. Aquela senhora que falava italiano encontrou alguém que
lhe escutasse, que lhe valorizasse.
Assim aconteceu com aquele rapaz
da mão amputada. Com gestos e risos quando não nos entendíamos, nos tornamos
amigos.
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