sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Entrevista com Pe. Reginaldo Manzotti


Sou padre na rádio, sou padre no palco, sou padre na música, sou padre escrevendo livro
Pe. Reginaldo Manzotti concede uma entrevista exclusiva ao Zenit (parte I)
BRASILIA, sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- O fundador e coordenador da  “Associação Evangelizar é preciso”, Pe. Reginaldo Manzotti, concedeu uma entrevista exclusiva ao Zenit.
Uma das figuras religiosas que mais se destaca no Brasil, nos meios de comunicação, padre Reginaldo Manzotti é natural de Paraíso do Norte, no interior paranaense. Nascido em 1969, foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Atualmente, é pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba, e coordena a Associação Evangelizar é Preciso, que objetiva evangelizar pelos meios de comunicação.
Apresentador de diversos programas de rádio, transmitidos em mais de 1060 emissoras no Brasil e fora do Brasil; também com programas na televisão, transmitidos por 90 emissoras, chegando a uma audiência de mais de 40 milhões de pessoas.
Publicamos para os nossos leitores a primeira parte dessa entrevista.
Padre Reginaldo, é difícil evangelizar no Brasil, o maior país católico do mundo?
O Brasil é um país onde as pessoas são católicas, mas existe um diferencial. É um país tradicionalmente católico, que não significa necessariamente, um país verdadeiramente católico. Essa é uma distinção importante porque eu encontro muitas pessoas às quais pergunto: você é católico? E a pessoa diz: venho de uma família tradicionalmente católica; mas isso não significa que a pessoa esteja respondendo para mim que ela seja uma pessoa de vida eclesial, de vida sacramental.
De onde surgiu seu interesse evangelizador?
Na virada do milênio o Papa João Paulo II disse uma frase que me inquietou o coração. Eu era neo sacerdote. Ele disse: “Evangelizar com novo ardor e com novos métodos”. Aquilo foi como um ácido que caiu no meu coração, que me inquietou, me incomodou e me provocou. No sentido de que: como é que eu posso evangelizar, e realmente levar as pessoas que são de tradição familiar católica a um comprometimento católico? Esse foi o meu discernimento.
E depois?
E logo depois, saiu uma outra frase, também do beato João Paulo II que para mim foi importante, que diz assim: “há muitos batizados e poucos evangelizados”, foi quando eu percebi a necessidade, em um primeiro momento aqui em Curitiba, de começar um trabalho numa rádio, onde fui convidado.
Experiência de Deus?
Deu tão certo esse programa, porque se chama: experiência de Deus. Eu acredito que é a partir de uma experiência, ontológica, antropológica e teológica com Jesus Cristo que a pessoa tem a sua mudança de vida. É a partir de uma experiência que Paulo fez com Jesus que ele se transformou num grande apóstolo. Eu percebo que o Brasileiro precisa ser levado a essa experiência única e singular e a partir daí há a mudança.
Então, o que provocou sua sede de evangelização?
Então, a minha experiência de evangelização foi provacada pelo próprio apelo do Papa e dentro daquilo que Deus me deu, e que aqui não é falsa humildade, Santa Teresa diz: “aquilo que Deus nos deu reconheçamos como dom de Deus e sejamos humildes em valorizar os dons de Deus.” Deus me deu uma facilidade de falar. Então, por que não usar essa facilidade da comunicação para aquilo que para nós é fundamental: o depósito da fé?
E a música?
Depois a música. Eu estava começando com a minha primeira paróquia, minha primeira experiência como sacerdote, enquanto pároco, e foi quando percebi que quando as pessoas sabiam as músicas na missa elas rezavam melhor. Daí me veio a idéia de gravar um CD. O meu primeiro CD foi para o povo, de músicas já conhecidas na Igreja, para que o povo cantasse e interagisse mais. Foi quando percebi que a música era um instrumento valiosíssimo da evangelização. E Deus me deu uma graça que eu não esperava, que foi a graça de compor músicas, que até então eu não tinha feito.
E a obra foi crescendo...
Então, Deus foi generoso comigo abrindo muitos caminhos. De uma rádio, hoje nós estamos com 1060 emissoras no Brasil. Isso mostra o que? Isso não mostra a força do padre Reginaldo, mas mostra o quanto o povo está sedento da experiência de Deus, o quanto o povo está procurando a verdade.
E a sua conexão com o Santo Padre?
Toda semana eu leio o L’Osservatore Romano. Gosto muito das catequeses do Papa Bento XVI. Eu acredito que o Papa Bento XVI é um homem de profundo conteúdo e altamente “antenado”, desculpe a palavra, altamente ligado com as coisas atuais. Ele tem batido muito numa tecla chamada: “verdade e autenticidade da fé”. E o que eu tenho procurado no programa Experiência de Deus e nos momentos de evangelização através da música – alguns chamam de show, mas eu, pessoalmente não gosto da palavra show, eu gosto de chamar de momentos de evangelização pela música – eu tenho procurado levar as pessoas a essa autenticidade e verdade da fé. Até o processo de purificação.
Eu sou Igreja, eu sou sacerdote na mídia, eu sou padre na rádio, eu sou padre no palco, eu sou padre na música, eu sou padre escrevendo livro. E por que digo isso? Porque eu tenho, a partir dali, percebido que os jovens estão retornando. Foi quando senti a necessidade de atingir outros campos da mídia, como por exemplo internet, facebook, twitter, redes sociais... e quando eu vi o Santo Padre, o Papa, com um tabloide na mão tuitando eu vi-brei. Quando eu vi na sexta-feira santa, no ano passado, pela primeira vez na história, o santo padre, o Papa, ir para um canal de televisão como a RAI e responder perguntas num programa aberto ao público eu vibrei demais. Por que­? Porque ele está dando o exemplo dessa necessidade de dialogar com o mundo, de dar uma resposta aos problemas atuais.
Então...
Então, esse interesse pela evangelização, eu o sinto no meu coração como uma resposta ao próprio apelo de Deus.
Por exemplo, agora em Aparecida. A mídia do Brasil disse que o Papa vinha para freiar os comunicadores. E aí veio o Papa e, com os bispos, no documento de Aparecida, tem a coragem de dizer que a Igreja esteja num estado permanente de missão. Gente, o que é isso, senão estar num estado permanente de missão, estar em novos aerópagos!!! Meu coração vibrou!
Uma das suas características é a gratuidade dos seus eventos. Nunca cobra cachê. Para ajudar a obra ou entrar em contato com o padre Reginaldo é só acessar:http://www.padrereginaldomanzotti.org.br/
Por Thácio Siqueira

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