O Brasil quer importar cientistas americanos e europeus
SEX, 15 DE JULHO DE 2011 05:50
Queremos atrair a inteligência para o Brasil, diz Mercadante
O Brasil vai aliar a situação econômica do país e as demissões em massa de cientistas nos Estados Unidos e Europa para atrair profissionais de ponta para trabalharem em regime temporário no território nacional. A informação é do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, nesta quinta-feira (14/7), após audiência com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Mercadante compareceu na companhia do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que integra o grupo dos 20 mais renomados e influentes cientistas no mundo, para apresentar a proposta da criação do programa Escola sem Fronteiras e intensificar o Andar de Novo, desenvolvido em Natal (RN), além da realização de concursos públicos para contratar profissionais no mercado internacional.
“Vamos abrir concursos internacionais para atrair cientistas de ponta e impulsionar as áreas científicas. Para se ter uma ideia, em dois anos, o equivalente a um terço do quadro do ministério estará aposentado. Então, parte dos pesquisadores será composta por brasileiros e a outra parte contratada no exterior”, informou Mercadante ao citar como exemplo o fato de a Nasa — a agência espacial americana — ter demitido recentemente cerca de quatro mil trabalhadores.
Vídeo com a íntegra da entrevista do ministro Aloizio Mercadante e do neurocientista Miguel Nicolelis
O neurocientista Miguel Nicolelis iniciou a entrevista informando que o projeto Escola sem Fronteiras, conforme apresentado à presidenta Dilma, tem por objetivo atuar em áreas fronteiriças de 12 países na América do Sul. Assim, por exemplo, num determinado período os jovens seguem com os estudos normais de cada país — obedecendo a grade curricular — e em outro período estudam matérias científicas.
Outro trabalho desenvolvido por Nicolelis, o Andar de Novo, também mereceu simpatia da presidenta Dilma e, tal fato levará a uma visita, em data a ser definida, às dependências do instituto em Natal (RN). O neurocientista informou também que vem desenvolvendo equipamento que permitirá pessoas paralíticas ou tetraplégicas, por exemplo, a andarem apoiadas por equipamentos produzidos por sua equipe. Conforme contou, a meta é que os aparelhos estejam prontos em quatro anos. A demonstração aconteceria na abertura da Copa do Mundo Fifa 2014.
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