Flávio Lages Rodrigues
Os jovens e adolescentes tem toda uma maneira de se expressar. Entre eles não há nenhum problema com a subtração das palavras, pois elas diminuem em número silábico, mas não perdem seu sentido entre eles. Como exemplo basta observar o pronome de tratamento 'vossa mercê', que posteriormente passou a ser 'vosse mercê', depois virou 'vós mercê', chegou a 'você' e atualmente pronuncia-se apenas 'cê'.
Na era 'digital' e do chamado 'fast food', o tempo é cada vez mais escasso e com isso tudo tende a ficar mais superficial e rápido. Não há tempo a se perder com muito'blá, blá, blá' e a linguagem também sofre grandes ataques em sua morfologia. Há bem pouco tempo atrás os filhos tomavam bênção dos pais, tios e avós, quando chegavam ou saiam de casa ou quando se encontravam em qualquer lugar. E tudo era de forma bem cúltica e ritualizada, no entanto, hoje os pais são chamados de forma bem diferente das gerações anteriores: o pai é chamado de 'véio' e a mãe é 'veia', independente da idade de ambos.
Nessa relação entre pais e filhos há uma grande diferença e conflitos que se vê entre as gerações. É bem provável que a leitura da Bíblia sobre o amor de Deus pelo mundo seja assim na próxima geração: 'aí véio! Deus indoidô com a galera de todo mundo, que mandô seu único fio, pra o que crê, sê feliz pra sempre'. ( João 3.16 ). Isso ainda poderá variar de região para região do Brasil, já que as gírias também mudam de uma região para outra.
O rock é um bom exemplo da linguagem pós-moderna, assim como o hip-hop, funk, o soul , a black-music e outros estilos, que transmitem as mais variadas mensagem de forma cantada. O rock, assim como todos os estilos culturais com seus ritmos tem toda a sua forma peculiar de comunicar o evangelho de Cristo na língua do que ouve. Essa variedade de línguas leva a mensagem de Cristo 'a toda a criatura' (Marcos 16.15). Do mesmo modo, que existem várias línguas ao redor do mundo, e em cada uma delas o evangelho é pregado, sem com isso impor a língua do missionário e sua cultura, assim também ocorre com as tribos urbanas que recebem o Palavra de Deus em sua língua.
Na confusão de línguas na torre de Babel ocorreu a soberba do homem. 'Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.' (Gêneses 11.9). Neste caso é bom notar que a diversidade cultural e a linguagem não foram problemas mas sim a soberba e a desobediência humana.
Também sobre a linguagem e tanto na fala como na audição, verifica-se o milagre que se produziu em Jerusalém. 'E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem'. (Atos 2.4).
Para levar o evangelho de Cristo a todas as tribos urbanas é necessário conhecer a linguagem e a cultura do grupo. Da mesma forma ocorre com o rock, pois ele pode ser usado como instrumento de evangelização em sua linguagem e estilo próprio, alcançando assim os objetivos específicos que são: vidas transformadas e rendidas aos pés de Jesus Cristo. A linguagem não pode ser barreira para pregar o evangelho e na sua diversidade e pluralidade, a igreja deve entender que o Espírito Santo está atuando e renovando, não somente a língua, o ritmo e o estilo, mas todas as coisas.
Se 'o Espírito sopra onde quer' (João 3.8 ), como poderíamos limitá-lo a uma língua, estilo musical. Etnia, cultura ou classe social? Enquanto muitas pessoas discutem e entram em debates que não levarão a nada, muitos jovens estão indo para o abismo espiritual, e por que não dizer para o inferno. Dessa forma, conseguimos entender o grande amor de Deus, que não se limita a uma linguagem, o amor de Deus não está acessível a linguagem ou signos humanos apenas, ele é maior e transcendente, no entanto está disponível a todo o mundo. (João 3.16). E isso foi o que assustou todos os estrangeiros que estavam em Jerusalém. 'Como pois os ouvimos, cada um na nossa própria língua em que somos nascidos?' (Atos 2.8).
Jesus Cristo sendo Deus se fez 'homem e habitou entre nós' (João 1.14), Ele viveu em uma cultura, se vestiu como os homens de seu tempo, comeu, sorriu, trabalhou, chorou, bebeu e louvou a Deus como eles. Se Ele sendo Deus usou todos os elementos da cultura e esteve com os perdidos e marginalizados de sua época, como podemos nos achar tão santos e separados para não atuar no mundo, discriminando alguns grupos e criando outros? E como podemos dizer que atuamos no mundo como agentes do Reino de Deus sem buscar transformação e renovação de todos os homens?
Portanto devemos ver que para Deus não há limites para salvar o homem, seu amor incondicional é 'piração' para muitos. Deus não chama os melhores para realizar a sua obra, Ele chama os piores para fazê-la e isto que confunde muitos que se acham justos aos seus próprios olhos. 'Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento.' (Lucas 5.31-32).
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Flávio Lages Rodrigues é formado em Bacharel em Teologia e é Pós-Graduado em Teologia Sistemática pela FATE-BH. É autor do livro 'O ROCK NA EVANGELIZAÇÃO', pela MK editora. Atualmente tem ministrado junto as Igrejas e Comunidades em geral como baterista da banda e Ministério Post Trevor e é um dos líderes do Ministério Planet Youth da Igreja Batista da Lagoinha, que é também voltado para as 'tribos urbanas' junto à cena Alternativa e Underground e na prática de esportes radicais como skate e patins.
Na era 'digital' e do chamado 'fast food', o tempo é cada vez mais escasso e com isso tudo tende a ficar mais superficial e rápido. Não há tempo a se perder com muito'blá, blá, blá' e a linguagem também sofre grandes ataques em sua morfologia. Há bem pouco tempo atrás os filhos tomavam bênção dos pais, tios e avós, quando chegavam ou saiam de casa ou quando se encontravam em qualquer lugar. E tudo era de forma bem cúltica e ritualizada, no entanto, hoje os pais são chamados de forma bem diferente das gerações anteriores: o pai é chamado de 'véio' e a mãe é 'veia', independente da idade de ambos.
Nessa relação entre pais e filhos há uma grande diferença e conflitos que se vê entre as gerações. É bem provável que a leitura da Bíblia sobre o amor de Deus pelo mundo seja assim na próxima geração: 'aí véio! Deus indoidô com a galera de todo mundo, que mandô seu único fio, pra o que crê, sê feliz pra sempre'. ( João 3.16 ). Isso ainda poderá variar de região para região do Brasil, já que as gírias também mudam de uma região para outra.
O rock é um bom exemplo da linguagem pós-moderna, assim como o hip-hop, funk, o soul , a black-music e outros estilos, que transmitem as mais variadas mensagem de forma cantada. O rock, assim como todos os estilos culturais com seus ritmos tem toda a sua forma peculiar de comunicar o evangelho de Cristo na língua do que ouve. Essa variedade de línguas leva a mensagem de Cristo 'a toda a criatura' (Marcos 16.15). Do mesmo modo, que existem várias línguas ao redor do mundo, e em cada uma delas o evangelho é pregado, sem com isso impor a língua do missionário e sua cultura, assim também ocorre com as tribos urbanas que recebem o Palavra de Deus em sua língua.
Na confusão de línguas na torre de Babel ocorreu a soberba do homem. 'Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.' (Gêneses 11.9). Neste caso é bom notar que a diversidade cultural e a linguagem não foram problemas mas sim a soberba e a desobediência humana.
Também sobre a linguagem e tanto na fala como na audição, verifica-se o milagre que se produziu em Jerusalém. 'E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem'. (Atos 2.4).
Para levar o evangelho de Cristo a todas as tribos urbanas é necessário conhecer a linguagem e a cultura do grupo. Da mesma forma ocorre com o rock, pois ele pode ser usado como instrumento de evangelização em sua linguagem e estilo próprio, alcançando assim os objetivos específicos que são: vidas transformadas e rendidas aos pés de Jesus Cristo. A linguagem não pode ser barreira para pregar o evangelho e na sua diversidade e pluralidade, a igreja deve entender que o Espírito Santo está atuando e renovando, não somente a língua, o ritmo e o estilo, mas todas as coisas.
Se 'o Espírito sopra onde quer' (João 3.8 ), como poderíamos limitá-lo a uma língua, estilo musical. Etnia, cultura ou classe social? Enquanto muitas pessoas discutem e entram em debates que não levarão a nada, muitos jovens estão indo para o abismo espiritual, e por que não dizer para o inferno. Dessa forma, conseguimos entender o grande amor de Deus, que não se limita a uma linguagem, o amor de Deus não está acessível a linguagem ou signos humanos apenas, ele é maior e transcendente, no entanto está disponível a todo o mundo. (João 3.16). E isso foi o que assustou todos os estrangeiros que estavam em Jerusalém. 'Como pois os ouvimos, cada um na nossa própria língua em que somos nascidos?' (Atos 2.8).
Jesus Cristo sendo Deus se fez 'homem e habitou entre nós' (João 1.14), Ele viveu em uma cultura, se vestiu como os homens de seu tempo, comeu, sorriu, trabalhou, chorou, bebeu e louvou a Deus como eles. Se Ele sendo Deus usou todos os elementos da cultura e esteve com os perdidos e marginalizados de sua época, como podemos nos achar tão santos e separados para não atuar no mundo, discriminando alguns grupos e criando outros? E como podemos dizer que atuamos no mundo como agentes do Reino de Deus sem buscar transformação e renovação de todos os homens?
Portanto devemos ver que para Deus não há limites para salvar o homem, seu amor incondicional é 'piração' para muitos. Deus não chama os melhores para realizar a sua obra, Ele chama os piores para fazê-la e isto que confunde muitos que se acham justos aos seus próprios olhos. 'Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento.' (Lucas 5.31-32).
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Flávio Lages Rodrigues é formado em Bacharel em Teologia e é Pós-Graduado em Teologia Sistemática pela FATE-BH. É autor do livro 'O ROCK NA EVANGELIZAÇÃO', pela MK editora. Atualmente tem ministrado junto as Igrejas e Comunidades em geral como baterista da banda e Ministério Post Trevor e é um dos líderes do Ministério Planet Youth da Igreja Batista da Lagoinha, que é também voltado para as 'tribos urbanas' junto à cena Alternativa e Underground e na prática de esportes radicais como skate e patins.
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