(Oportunamente postarei algumas breves informações sobre a História da Igreja fundada por Jesus Cristo. É evidente que não se trata de uma História completa, nem eu teria esta veleidade. Apenas alguns tópicos, sobretudo para os que gostam da matéria).
Antenor de Andrade Silva, sdb.
1. Nascimento da Igreja
Durante os anos 30, Jerusalém foi abalada por um anúncio que deveria preencher as esperanças seculares do povo judeu. Falava-se de “Cristo Senhor, de Cristo Jesus”. Chamar a Cristo de Senhor significava aceitá-lo como o Deus de Israel, o Senhor do Universo. E mais ainda ver n` Ele o Messias esperado pelo povo desde os tempos de Moisés.
Anúncio difícil de ser aceito
A história de Israel havia durante os séculos anunciado que o Messias seria um homem poderoso, um rei glorioso. Entre outros atributos um chefe militar que conduziria os hebreus às conquistas de muitas nações, à formação de um grande Imperio. Esse Cristo (leia-se Messias), no entanto era decepcionante: sofrera como os escravos o suplício infamante da crucifixão. Seus seguidores mais inflamados como Pedro, João e outros não escondem a situação, nem minimizam a realidade dos fatos. Ao contrário, o escândalo da cruz é para eles uma característica do Messias. Vós O pregastes na cruz, o matastes (Cfr. At 2, 23; 3,15; 4,10; 5,30).
Cristo ressuscitou
No entanto, ao sublinhar, ao insistir que Cristo morrera (o escândalo da Cruz) os mesmos Apóstolos repetem em todos os lugares e constantemente que ELE RESSSUSCITOU. Aquele Jesus que as autoridades de Jerusalém assassinaram foi resucitado por Deus, Ele está vivo. Durante a madrugada as mulheres que foram visitar o túmulo na manhã de Páscoa, o encontraram vazio (Cfr. Lc 24, 5;24, 23. At. 25,19).
A prova irrefutável de que Jesus estava vivo
Não foram poucas as aparições do ressuscitado. Ele fora visto e conversara com diversas pessoas: com as Marias (Mt 28, 9-10); com Pedro; aparecera aos Doze Apóstolos, inclusive alimentando-se com eles.
Pedro não se cansa de repetir em suas pregações: “nós somos suas testemunhas. Paulo falando aos Coríntios diz que Jesus foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, apareceu a Pedro e aos Doze (I Cor 15, 3-5).
Os doze
Os doze foram os primeiros que Jesus reuniu ao seu redor. Por que Doze? Esse número representava as doze tribos de Israel e formavam o núcleo do Novo POVO DE DEUS, em contraposição ao Antigo Povo: os judeus. Jesus diz que o Novo Povo por Ele escolhido, no dia do juizo estará sentado em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Cfr Mt 19,28).
Foram eles os primeiros colaboradores do Mestre Galileu. Tornaram-se vedetes através dos Atos dos Apóstolos e dos Evangelhos.
Suas origens sociais são diversas. Vários eram pescadores. Zebedeu, pai de Tiago e João tinha provalemente uma pequena empresa de pesca. Pedro era pescador. Levi ou Mateus, empregado do Estado era cobrador de impostos. Possivelmente Lucas era entendido em medicina. A Galiléa, de onde eram originários, vivia frecuentemente em polvorosa por causa dos movimentos nacionalistas, sufocados sangrentamente pelos Romanos (Cfr. Lc 13,1).
3. Os opositores dos Doze
Os Apóstolos tiveram logo que enfrentar os Sumos Sacerdotes, entreguistas e atrelados ao poder romano. O mesmo aconteceu com os Saduceus, que hoje chamaríamos de Xiitas, intérpretes literais da Lei e refratários a qualquer Miessianismo. Todo grupo dos Doze foi perseguido e preso por eles( Cfr At 1-2; 5,17).
Os Fariseus eram mais maleáveis: fervorosos observadores da Lei e até procuravam adaptá-la às situações. Aceitavam também a Tradição e acreditavam na ressurreição. Alguns, como Nicodemos eram amigos de Jesus e símpaticos aos Doze. Gamaliel que se coloca ao lado dos Apóstolos é um famoso fariseu (Cfr At 5, 38-39).
(No próximo artigo continuaremos a História da Igreja de Jesus Cristo que é também a nossa história].
[1] Essas informações foram resumidas, entre outros estudos, da leitura e reflexão da magistral obra de Paul Chistophe: La Chiesa nella storia degli uomini
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