segunda-feira, 25 de abril de 2011
A sociedade brasileira vive momentos de perplexidade e até de pânico, diante de tanta brutalidade e violência aparentemente gratuitas no seu cotidiano. Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Justiça, num documento conhecido como o Mapa da Violência no Brasil, retratam o processo de vitimização da juventude brasileira. são índices que representam, de forma contundente, um dos mais difíceis problemas sociais que o Brasil terá que resolver, se quiser, de fato, tornar-se uma nação competitiva e soberana: a mortalidade juvenil.
A taxa de homicídios entre os jovens praticamente dobrou. Segundo o mapa da violência houve um incremento nessa taxa, nos últimos trinta anos, chegando ao estarrecedor índice de 73,6%. Outras estatísticas projetam que até 2013, se não houver uma drástica mudança no quadro de homicídios por causas banais, o Brasil poderá perder 33 mil jovens, que não alcançarão a idade de 19 anos.
Presença do crack
A essa trágica realidade acrescenta-se o desolador quadro dos usuários de crack no país. Estima-se um contingente de um milhão e duzentos mil dependentes dessa droga. Quase um por cento da população brasileira.
A Confederação Nacional dos Municípios realizou um levantamento em 3.950 municípios - o equivalente a 71% da totalidade - com o intuito de mapear a existência e intensidade do problema do crack no país, verificar como o poder público municipal está organizado e qual a participação da União e dos Estados no combate ao tráfico e tratamento dos dependentes. O resultado da pesquisa indica que aproximadamente 98% dos Municípios brasileiros já enfrentam dificuldades relacionadas ao crack e a outras drogas.
Os prefeitos foram questionados sobre a presença do crack e sobre o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento do uso da droga em suas áreas de governo. A pesquisa constatou que mais de 91% dos municípios não possuem programa local de combate ao crack e nem recebem nenhum tipo de auxílio dos governos federal e estadual para desenvolver ações no âmbito da prevenção e enfrentamento ao crack e outras drogas.
O diagnóstico e conclusões revelados pelas pesquisas remetem a uma grave reflexão.
O Brasil conseguiu atingir uma das mais importantes metas do milênio, ao preservar a vida dos recém nascidos. Por outro lado, o potencial econômico e as oportunidades de crescimento da economia brasileira são visíveis, e até despertam a cobiça de outros países.A questão central é: que está sendo feito, objetiva e estrategicamente, para garantir o futuro da juventude nesse país?
As alternativas apresentadas são baseadas em referências históricas obsoletas. Os modelos mentais que permeiam o planejamento de futuro são ultrapassados e defasados da realidade e das expectativas e demandas do mercado.Pode-se concluir que o governo presta um desserviço à sociedade ao insistir em ações compensatórias e inócuas para a juventude.
Revelou-se inútil, por exemplo, o esforço feito por vários governos de implementar políticas de primeiro emprego, numa economia que não absorve mão de obra inexperiente, nem desqualificada. A insistência em investir em ações inócuas revela a miopia estrutural que grassa no poder público e seu real descompasso frente às necessidades da sociedade. O resultado produzido é a frustração coletiva e o descaminho individual.
Na prática, a ação dos governos resulta num desserviço caro econômica e financeiramente e com um altíssimo custo social.
Economia da droga - Por outro lado, a economia da droga prospera, pavimentando a ação do tráfico, do consumo, da desvalorização da vida, dos homicídios banais e da ênfase na vida intensa e instantânea. Não há futuro para o segmento mais desprotegido da sociedade brasileira, a juventude.
Paradoxalmente, a economia do país reclama a falta de mão de obra qualificada e capaz de contribuir para o enriquecimento e prosperidade da nação. O Brasil terá que, se quiser se tornar de fato uma nação competitiva, mudar essa dramática situação: a economia da droga terá que ser substituída pela economia da vida e da prosperidade.
As mudanças deveriam começar por um novo pacto familiar: adolescentes precisam se preparar para tornarem-se pais e mães com responsabilidade e dignidade. E o governo deve começar a funcionar pragmaticamente. A burocracia deve deixar de atender interesses corporativos e focar sua ação no bem comum, no interesse social.
Se não houver um projeto de nação e uma estrutura de comando e liderança comprometidas com o futuro o país continuará em compasso de espera, com seu custo social exponenciado.
A sociedade brasileira vive momentos de perplexidade e até de pânico, diante de tanta brutalidade e violência aparentemente gratuitas no seu cotidiano. Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Justiça, num documento conhecido como o Mapa da Violência no Brasil, retratam o processo de vitimização da juventude brasileira. são índices que representam, de forma contundente, um dos mais difíceis problemas sociais que o Brasil terá que resolver, se quiser, de fato, tornar-se uma nação competitiva e soberana: a mortalidade juvenil.
A taxa de homicídios entre os jovens praticamente dobrou. Segundo o mapa da violência houve um incremento nessa taxa, nos últimos trinta anos, chegando ao estarrecedor índice de 73,6%. Outras estatísticas projetam que até 2013, se não houver uma drástica mudança no quadro de homicídios por causas banais, o Brasil poderá perder 33 mil jovens, que não alcançarão a idade de 19 anos.
Presença do crack
A essa trágica realidade acrescenta-se o desolador quadro dos usuários de crack no país. Estima-se um contingente de um milhão e duzentos mil dependentes dessa droga. Quase um por cento da população brasileira.
A Confederação Nacional dos Municípios realizou um levantamento em 3.950 municípios - o equivalente a 71% da totalidade - com o intuito de mapear a existência e intensidade do problema do crack no país, verificar como o poder público municipal está organizado e qual a participação da União e dos Estados no combate ao tráfico e tratamento dos dependentes. O resultado da pesquisa indica que aproximadamente 98% dos Municípios brasileiros já enfrentam dificuldades relacionadas ao crack e a outras drogas.
Os prefeitos foram questionados sobre a presença do crack e sobre o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento do uso da droga em suas áreas de governo. A pesquisa constatou que mais de 91% dos municípios não possuem programa local de combate ao crack e nem recebem nenhum tipo de auxílio dos governos federal e estadual para desenvolver ações no âmbito da prevenção e enfrentamento ao crack e outras drogas.
O diagnóstico e conclusões revelados pelas pesquisas remetem a uma grave reflexão.
O Brasil conseguiu atingir uma das mais importantes metas do milênio, ao preservar a vida dos recém nascidos. Por outro lado, o potencial econômico e as oportunidades de crescimento da economia brasileira são visíveis, e até despertam a cobiça de outros países.A questão central é: que está sendo feito, objetiva e estrategicamente, para garantir o futuro da juventude nesse país?
As alternativas apresentadas são baseadas em referências históricas obsoletas. Os modelos mentais que permeiam o planejamento de futuro são ultrapassados e defasados da realidade e das expectativas e demandas do mercado.Pode-se concluir que o governo presta um desserviço à sociedade ao insistir em ações compensatórias e inócuas para a juventude.
Revelou-se inútil, por exemplo, o esforço feito por vários governos de implementar políticas de primeiro emprego, numa economia que não absorve mão de obra inexperiente, nem desqualificada. A insistência em investir em ações inócuas revela a miopia estrutural que grassa no poder público e seu real descompasso frente às necessidades da sociedade. O resultado produzido é a frustração coletiva e o descaminho individual.
Na prática, a ação dos governos resulta num desserviço caro econômica e financeiramente e com um altíssimo custo social.
Economia da droga - Por outro lado, a economia da droga prospera, pavimentando a ação do tráfico, do consumo, da desvalorização da vida, dos homicídios banais e da ênfase na vida intensa e instantânea. Não há futuro para o segmento mais desprotegido da sociedade brasileira, a juventude.
Paradoxalmente, a economia do país reclama a falta de mão de obra qualificada e capaz de contribuir para o enriquecimento e prosperidade da nação. O Brasil terá que, se quiser se tornar de fato uma nação competitiva, mudar essa dramática situação: a economia da droga terá que ser substituída pela economia da vida e da prosperidade.
As mudanças deveriam começar por um novo pacto familiar: adolescentes precisam se preparar para tornarem-se pais e mães com responsabilidade e dignidade. E o governo deve começar a funcionar pragmaticamente. A burocracia deve deixar de atender interesses corporativos e focar sua ação no bem comum, no interesse social.
Se não houver um projeto de nação e uma estrutura de comando e liderança comprometidas com o futuro o país continuará em compasso de espera, com seu custo social exponenciado.
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