quinta-feira, 12 de abril de 2012

CF - 201'2. Saúde e Salvação para a Igreja

Saúde e salvação para a Igreja
12. A experiência da doença mostra que o ser humano é uma profunda
unidade pneumossomática. Não é possível separar corpo
e alma. Ao paralisar o corpo, a doença impede o espírito de voar.
Mas se, de um lado, a experiência é de profunda unidade, de
outro, é de profunda ruptura. Com a doença passamos a perceber
o corpo como um ‘outro’, independente, rebelde e opressor.
3 Esta definição consta na
julho de 1946, Nova Yorque.
Constituição da Organização Mundial de Saúde, aprovada em 22 de

Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe. Além de não
respeitar nossa liberdade, ela também tolhe nosso direito de ir
e vir. A doença é, por isso, um forte convite à reconciliação e à
harmonização com nosso próprio ser.
 A doença é também um apelo à fraternidade e à igualdade, pois
não discrimina ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças,
jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante de todos nossa
profunda igualdade. Diante de tal realidade, a atitude mais
lógica é a da fraternidade e da solidariedade.
 Os temas da saúde e da doença exigem, portanto, uma abordagem
ampla, como a proposta pelo Guia para a Pastoral da
Saúde, elaborado pelo CELAM (Conferência Episcopal Latino-
Americana). O GPS diz que a saúde é afirmação da vida, em suas
múltiplas incidências, e um direito fundamental que os Estados
devem garantir.
é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e
espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o
ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com
a etapa e a condição de vida em que se encontre”.
4 O mesmo documento assim define saúde: “saúde5
 A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa
e ambiente, entre personalidade e responsabilidade.
sentido, o Guia Pastoral, entendendo que a saúde é uma condição
essencial para o desenvolvimento pessoal e comunitário,
apresenta algumas exigências para sua melhoria:
a. articular o tema saúde com a alimentação; a educação; o
trabalho; a remuneração; a promoção da mulher, da criança,
da ecologia, do meio ambiente etc.;
b. a preocupação com as ações de promoção da saúde e defesa
da vida, que respondem a necessidades imediatas das
6 Nesse
4 Cf. CELAM.
São Camilo, São Paulo, 2010, nn. 6-7.
5 GPS, n. 8.
6
Guia para a Pastoral da Saúde na América Latina e no Caribe. Centro UniversitárioIbid.
pessoas, das coletividades e das relações interpessoais.
No entanto, que estas ações contribuam para a construção
de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento nacional,
local e paroquial, calcada em valores como: a igualdade,
a solidariedade, a justiça, a democracia, a qualidade de
vida e a participação cidadã.
7
 Trata-se de uma concepção dinâmica e socioeconômica da saúde
que, ao tomar o tema da saúde, não restringe a reflexão a
causas físicas, mentais e espirituais, mas avança para as sociais.
Com esta abordagem, a Igreja objetiva apresentar elementos
para dialogar com a sociedade, a fim de melhorar a situação de
saúde da população.

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