«Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E,
inclinando a cabeça, entregou o espírito»
Hoje celebramos o primeiro dia do Tríduo Pascal. Por
tanto é o dia da Cruz vitoriosa, desde donde Jesus nos deixou o melhor de Ele
mesmo: Maria como mãe, o perdão —também os verdugos— e a confiança total em
Deus Pai.
Escutamos na leitura da Paixão que nos transmite o testemunho de São
João, presente no Calvário com Maria, a Mãe do Senhor e as mulheres. É um
relato rico em simbologia, onde cada pequeno detalhe tem sentido. Mas também o
silêncio e a austeridade da Igreja, hoje nos ajudam a viver num clima de
oração, atentos ao dom que celebramos.
Diante deste mistério tão grande,
estamos chamados —mais que tudo— a ver. A fé cristã não é a relação reverencial
a um Deus que está longe e abstrato que desconhecemos, senão a adesão a uma
Pessoa, verdadeiro homem como nós e também verdadeiro Deus. O “Invisível”
fez-se carne da nossa carne, e assumiu ser homem até a morte e morte de cruz.
Foi uma morte aceitada como resgate por todos, morte redentora, morte que nos
dá vida. Aqueles que estavam aí e o viram, nos transmitiram os fatos e ao mesmo
tempo, nos descobrem o sentido daquela morte.
Ante isto, sentimo-nos
agradecidos e admirados. Conhecemos o preço do amor: «Ninguém tem maior amor do
que aquele que dá a sua vida por seus amigos» (Jo 15,13). A oração cristã não é
só pedir, senão— e principalmente— admirar agradecidos.
Para nós, Jesus é
modelo que temos que imitar, quer dizer, reproduzir em nós as suas atitudes.
Temos que ser pessoas que amam até darmo-nos e que confiamos no Pai em toda
adversidade.
Isto contrasta com a atmosfera indiferente da nossa sociedade;
por isso o nosso testemunho tem que ser mais valente do que nunca, já que o dom
é para todos. Como diz Melitão de Sardes, «Ele nos fez passar da escravidão à
liberdade, das trevas à luz, da morte à vida. Ele é a Páscoa da nossa
salvação».
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