QUINTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2012
Evagelho, 26
de abril.
Evangelho (Jn 6,44-51): «Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou
não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas:
‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do
Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem
de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê,
tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no
deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não
morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão
viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do
mundo».
Comentário: Rev. D. Pere MONTAGUT i Piquet
(Barcelona, Espanha)
Hoje cantamos ao Senhor de
quem recebemos a glória e o triunfo. O Ressuscitado se apresenta perante sua
Igreja com aquele «Sou o que sou» que o identifica como fonte de salvação: «Eu
sou o pão da vida» (Jo 6,48). Em ação de graça, a comunidade reunida em torno
ao Vivente o conhece amorosamente e aceita a instrução de Deus, reconhecida
agora como o ensino do Pai. Cristo, imortal e glorioso, nos faz lembrar de novo
que o Pai é o autêntico protagonista de tudo. Os que o escutam e nele
acreditam, vivem em comunhão com o que vêm de Deus, com o único que o tem visto
e, assim, a fé é o começo da vida eterna.
O pão vivo é Jesus. Não é um alimento que assimilemos, senão que pelo
contrário nos assimila. Ele nos faz ter fome de Deus, sede de escutar sua
Palavra que é gozo e alegria do coração. A Eucaristia é antecipação da glória
celestial: «Partimos um mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para
não morrer, para viver por sempre em Jesus Cristo» (Santo Inácio de Antioquia).
A comunhão com a carne de Cristo ressuscitado nos faz acostumar com tudo aquilo
que desce do céu, quer dizer, receber e assumir nossa verdadeira condição:
Estamos feitos para Deus e somente Ele sacia plenamente nosso espírito.
Mas esse pão vivo não nos fará viver um dia mais além da morte física,
senão que nos foi dado agora «pela vida do mundo» (Jo 6,51). O desígnio do Pai,
que não nos criou para morrer, está ligado à fé e ao amor. Quer uma resposta
atual, livre e pessoal, a sua iniciativa. Cada vez que comemos esse pão,
adentremo-nos no Amor mesmo! Já não vivemos para nós mesmos, já não vivemos no
erro. O mundo ainda é precioso porque há quem continua amando-o até o extremo,
porque há um Sacrifício do qual se beneficiam até os que o ignoram.
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