quinta-feira, 11 de agosto de 2011

R E L I G I Ã O - 4

A IGREJA DE DE CRISTO NA HISTÓRIA DOS HOMENS (4)

Paulo de Tarso

Nasceu os primeiros anos do séc. I em Tarso na Cilícia. Terminou os estudos em Jerusalém com o famoso Mestre Gamaliel. Saule é um hebreu da tribo de Beijamim e um profundo conhecedor e observador da Lei (Fil 3,5).
Cidadão romano pertence à diáspora grega.
Escrupuloso e rígido em matéria de crença torna-se um dos feroces perseguidores dos cristãos helenistas, caçados pela capital Jerusalém. A caminho de Damasco,  onde pretendia acabar com a comunidade cristã, ali fundada foi acometido por um misteriosos fenômeno que mudou sua vida. Derrubado do cavalo por uma força invizvel ouviu a voz de Cristo e o viu no Templo. Este fato na estrada de Damasco mudou-lhe completamente a vida. Tornou-se então o grande Apóstolo dos gentíos. Vai porque eu te enviarei para longe, entre os pagãos (At 22,21).
Essa missão recebida diretamente de Cristo o torna sem dúvida um de seus Apóstolos. Logo mais, Paulo compreenderá que a morte e ressusreição de Jesus escanteou, superou a Lei.  Cristo veio quebrar os grilhões que aprisionavam o homem e o afastavam de Deus. Todos estão em Cristo capacitados de chegarem a Deus, de viverem com Ele. Não só os judeus, mas todos os povos e raças, circuncisos e incircumsisos. Não há mais nem grego ou judeu, circumsisãoou incircumcisão, bárbaro ou Cita, escravo ou livre, mas somente Cristo que é tudo em todos (Col 3,11).

Os helenistas
Os judeus cristãos de lingua grega (helenistas) que se dispersaram para Alexandria, após a morte de Estêvao, pregaram ali o Evangelho. Já dissemos que eram críticos em relação à Lei e ao Templo. Na grande cidade egípcia muitos acolheram a mensagem, formando na costa mediterrânica um forte centro. Diversos convertidos também entre os pagãos. Foi precisamente naquela cidade que os discipulos de Jesus começaram a serem denominados de Cristãos.  A recepção aos discípulos de Cristo foi tamanha que a comunidade  de Jerusalém achou por bem enviar a Alexandria Barnabé e Paulo (At 11,26),  Na ilha de Chipre os dois emisarios de Jerusalém converteram outros pagãos inclusive o procónsul romano Sérgio Paulo. Barnabé e Paulo não se contentaram apenas com Alexandria e Chipre. Adentraram outras regiões da costa meridional da Ásia Menor como Perge e Átalo. Chegaram ao interior em Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe. Interessante saber que entre judeus e pagãos, estes acolheram melhor os enviados de Cristo.

Problemas em Antioquia
Ao retornarem  a Antioquia os dois Apóstolos encontram um problema entre os cristãos de origem judaica e os de origem  pagã. Trata-se de uma situação concreta, aparentemente fruto de especulações históricas. A pergunta era se os cristãos de origem judaica e os provenientes de familias pagãs poderiam participar da mesma Ceia, isto é, da  mesma Eucaristia, ou fracção do pão. Os convertidos do judaismo poderiam abandonar suas normas alimentares vetero-testamentárias para participarem com os demais cristãos da mesma mesa? Pedro não tinha problemas e fazia refeições com cristãos de origem pagã. Mas, quando chegavam as pessoas da parte de Tiago retraia-se separando-se destes, temendo os circuncidados (Gal 2, 12), isto é, os judeus. Os judeus convertidos seguiam esta atitude ambígua, inclusive o próprio Barnabé.
Tiago - que estava à frente da Igreja de Jerusalém - e os judeus  cristãos viam a Antiga Aliança como um caminho que levava à Nova Aliança, confirmada pelo Sangue  Cristo. Jesus não tinha vindo para abolir a Lei, mas para cumplí-la.
A difusão do Evangelho, a expansão do Cristianismo não estavam limitadas ao povo de Israel, excluindo as massas pagans. Paulo, o grande responsável pela conversão dos pagãos estava convencido disso.  Ele entendia que a Lei não era mais o caminho, era uma etapa já superada.
 Pedro comprendía  a atitude afetiva e histórica dos irmãos de Jerusalém em relação  à Lei. Não só, o Chefe da Igreja temia também a defecção de alguns deles sob a pressão do nacionalismo hebraico.
Em meio a esta situação o fogoso Paulo resolve provocar um escândalo, enfrentando diretamente o velho pescador do Mar da Galiléia: resisti-lhe francamente, porque era censurável… Se tu que és judeu, vives como os gentíos e não como os judeus, com que direito obrigas os pagãos convertidos a viver como os judeus? (Gal 2,11. 14).
Este incidente aconteceu durante uma visita de Pedro a  Antioquia. Trata-se possivelmente de um dos mais delicados encontros dos responsáveis pela Igreja, a respeito da problemática entre judeus-cristãos e cristãos de origem pagã. Abandonar a Lei por parte dos judeus-cristãos era aceitar o domínio estrangeiro dos Romanos. Segundo Paulo, impor a Lei a todos os cristãos era negar aos pagãos o Evangelho.
A diatribe foi solucionada em Jerusalém, através de vários encontos e discursos conciliatórios. Em 49, o Concílio de Jerusalém proclama que somente Cristo é o Salvador. Os pagãos convertidos não estão sujeitos à Lei judaica.

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