quarta-feira, 17 de agosto de 2011

RELIGIÃO - 5

A IGREJA DE CRISTO NA HISTÓRIA DOS HOMENS – V

P. Antenor de Andrade Silva, sdb.

Mensageiros da Boa Nova

O problema acontecido em Antioquia entre Pedro e Paulo foi algo normal entre homens que haviam escolhido métodos missionários diferentes.
Paulo vai iniciar sua segunda viagem. Não leva Barnabé, possiblemente ressentido pelo fato de ele ter se omitido, durante o episódio de Antioquia, temendo os circuncidados (Gal 2, 12-13). As peregrinações missionárias do Apóstolo  tornaram-se conhecidas pelo fato de um de seus companheiros ter registrado a Crônica. Nos Atos, entre 28 Capítulos, Lucas escreveu 15 sobre Paulo. Ao tomarmos conhecimentos da relação, notamos como foram muitas e árduas as dificuldades enfrentadas.
Na segunda viagem, acontecida entre os anos 49 e 52,  visita a  Síria e a Cilícia. Silas o acompanhou. Foram recebidos pelos  Cristãos de Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em Listra os dois conseguem mais um companheiro Timóteo, filho de mãe judéia convertida e pai grego. Os três partem para outras terras: Galácia, Frígia e Mísia, onde Paulo encontra Lucas. Passam a trabalhar juntos.
O pregador de Cristo não se cansa, nem se detém. Agora sua meta é a Europa: Macedônia, Filipos, Tessalônica, Berea. Não é bem recebido entre os judeus. Hostilizado, deve retornar ao mar, passando por Atenas, estabelecendo-se 18 meses em Corinto. Daí dirige-se a Antioquia, Éfeso e por fim a Jerusalém.

Terceira viagem

O missionário das gentes não pára. Estamos na Primavera do ano 53.  Vai a Éfeso, onde reside por quase três anos (de 54 a 57), passando antes pela Galácia e a Frígia. A missão seguinte é na Macedônia e Corinto, voltando a Filipos.  Desta cidade dirige-se a Trôade, Mileto e Tiro. Na festa de Pentecostes de 58 encontra-se em Jerusalém.

Resultado das missões de Paulo

Paulo em suas andanças fundou  Igrejas no Sul e Leste da Ásia Menor, na Macedônia e na Acaia. Muitos  colaboradores o auxiliam, do contrário não teria conseguido os êxitos que conhecemos. Ele memso reconhece o fato, quando lembra  todos que colaboraram para o mesma finalidade: gente humilde,  auxiliares, mensageiros, catequistas. Todos os que “se cansaram no Senhor”.  Fala de pessoas amigas como as familias de Priscila e Áquila que para salvarem sua vida  “ arriscaram a cabeça”. Não esquece os companheiros de viagem e de sofrimento: Baranabé, Sila, Timóteo, Lucas Gaio e Aristarco.

Nas viagens, Paulo trabalhava para se sustentar

Onde se hospeda, trabalha para pagar o próprio sustento e o dos companheiros (At 20,34). É uma de suas preocupações.
Ele é um fabricante de tendas. Priscila e Áquila que trabalham na mesma profissão têm a ajuda de Paulo, durante todo o tempo em que  permanece na casa deles (At 18,13). Em Tessalonia escreveu: “Não comemos(…) de graça o pão de ninguém. Mas, com trabalho e fadiga, labutamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós”(2 Tess 3,8).

A salvação vem dos Judeus, mas eles não reconhecem

O Apóstolo, como todo enviado de Deus, não tinha papa na língua. Certa feita proclama alto e bom som aos seus conterrâneos: “Era a vós que em primeiro lugar se devia anunciar a Palabra de Deus. Mas, porque  a rejeitais e vos julgais indígnos da vida eterna, eis que nos voltamos para os pagãos”(At 13, 46). Alguns se convencem e para eles a mesagem paulina era uma verdadeira libertação. A grande maioria, contrariamente torna-se cada vez mais violenta contra o pregador da Boa Nova. Tornavam-se ainda mais furiosos, quando notavam que as comunidades cristãs se formavam principalmene com seus prosélitos. Pessoas da alta sociedade, como Lídia, comerciante de púrpura, convidam os missionários para se hospedarem em sua casa, em Tiatira. Enquanto acontecem esses fatos aumenta o ódio dos Judeus a Paulo (At 17, 1-5).

Paulo aos pagãos:  “Jesus é o Cristo" 

A situação chegou a tal ponto que o missionário chegou à conclusão que não deveria mais se estressar, nem perder tempo pregando aos seus conterrâneos. Resolutamente sacudindo as vestes  gritou: o vosso sangue caia sobre vossa cabeça! Tenho as mãos inocentes. A partir de agora vou para o meio dos gentíos (At 18,6).
Os pagãos também lhe causam problemas. A culta e prestigiosa Atenas não o entende e pensa que Jesus é uma cópia dos deuses estrangeiros. No Aéropago, - conselho de membros da aristocracia ateniense
-, curiosos, filósofos epicureus e estóicos  escutam-no discursar sobre o “deus desconhecido”[1]. Paulo diz-lhes que o tal deus desconhecido é o memo que criou o mundo e tudo o que nele existe. E quando discorre sobre a ressurreição dos mortos, os presentes poem-se a rir, pois a antropologia grega não admitia a ressureição. Mandam-no embora, dizendo que em outro momento o escutariam Mesmo assim, alguns atenienses aderiram ao discurso de Paulo. Entre eles Dionísio, o aeropagita e uma senhora chamada Dâmaris.
Certamente o episódio teria tido consequencias mais graves se Paulo tivesse falado que o Ressuscitado tinha sido crucificado como um eescravo. Leia essa história em  At 17, 16-34.

Paulo em Éfeso

Em Éfeso se insurge diretamente contra o comércio daqueles que fabricavam imagens idolátricas. A deusa da cidade chamava-se Artêmide e suas estatuetas eram manufaturadas, entre outros artistas, por um ourives denominado Demétrio. O cidadão percebeu que seus trabalhos estavam ficando estocados e atribuiu o fato à pregação daquele estrangeiro.  Com efeito, Paulo afirmara que não havia divindades feitas pelas mãos do homem. Diante do fato Demétrio reune todos os que trabalhavam na mesma profissão dizendo-lhes: Não só estamos em perigo de descrédito, mas também o santuário da grande Artêmide. Ele poderá ser  abandonado e destruída a grandeza daquela que a Ásia e o mundo inteiro adoram ( At 19, 23ss)..
A história termina com Paulo abandonando a cidade.
Os judeus e judeus-cristãos se opõem tenazmente ao Apóstolo. Lançam-lhe inúmeras calúnias e vêem-no, - ele que é da tribo de Beijamim, representada por um lobo – como um lobo que quer destruir, devorar os costumes judaicos.

Ajudando a Igreja pobre de Jerusalém

Em Jerusalém a Igreja passava por dificuldades financieras. Uma das preocupações de Paulo era manter a comunhão entre as comunidades da Diáspora e a de Jerusalém. Para ajudá-la  faz uma grande coleta em todas a Igrejas fundadas por ele. As doações são levadas  pelo próprio Paulo.


[1] Os pagãos erigiam altares ao deus desconhecido, pois temiam que se houvesse um deus que eles não conhecessem, ele poderia castigá-los, se não fosse cultuado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário