quarta-feira, 23 de novembro de 2011

OS CRISTÃOS DIVIDIDOS ENTRE TRÊS PAPAS

A IGREJA E OS SEUS TRÊS PAPAS
P. ANTENOR.

Você já conhece a história dos três Papas que governaram a Igreja de Cristo, ao mesmo tempo? A Cristandade dividida em três secções cada uma seguindo um chefe diferente?
Pretendo apresentar brevemente aos interessados este assunto, uma das núvens que empanou a Igreja de Roma no final do século XIV e início do século XV. Dividirei o tema em várias partes, dado que é um pouco longo.

Alguns críticos não menos avisados, ou de má fé costumam criticar a Igreja por suas falhas. Não se lembram que se trata de uma sociedade milenar, a mais antiga existente, formada por homens fragéis, os critãos/ãs sempre combatidos, perseguidos através da história, mas jamais vencidos. Estarei convosco até o fim dos tempos, disse seu fundador Jesus Cristo. Todos os famosos perseguidores: imperadores, reis, ditadores, semi-deuses fabricados, passaram, esfumaram-se tristemente no balcão da história.
Particularmente acho que nossas defecções, nossos erros particulares ou sociais devem servir para uma reflexão séria e corajosa, que nos ajude a iniciar um tempo melhor, a construir um mundo novo. Afinal, uma vida mais digna do único ser feito à imagem e semelhança de seu Criador. Acho ainda que a história não é um repositório de acontecimentos ou fatos que devemos esconder, negar ou escamotear porque nos dizem respeito em algo.

1. Uma dupla eleição

Naquela tarde do dia 07 de abril de 1378, teve início um Conclave no Vaticano. Estavam presentes dezesseis Cardeais dos vinte e três que deviam comparecer. Uma das dificuldades iniciais era quanto ao “quorum”. As votações deviam ter pelo menos onze votos para se conseguir a maioría de dois terços. Não seria fácil havendo apenas dezesseis EminÊncias no salão, divididos em três facções: italianos, franceses e um grupo de sobrinhos e primos dos Papas de Avinhão .

Uma eleição sobre pressão do povo

No entanto a eleição do novo Papa foi rápida. A população italiana estava nervosa e temia que o eleito deixasse Roma e voltasse para Avinhão, seguindo a vontade do rei da França. Havia também o interesse econômico dos romanos. A Corte papal na cidade garantia o fluxo dos peregrinos e dos turistas, aumentando as entradas financieras, além da perda de prestígio.
Nesse clima os Cardeais franceses eram duramente hostilizados. O Conclave começou em meio a um grande tumulto, dizem os historiadores. Uma multidão raivosa pedia a eleição de um romano, ou pelo menos de um italiano. Lembro que o Papa é o Bispo de Roma, de modo que os habitantes da cidade não queriam perder seu Bispo.
Algumas horas antes da eleição os sinos martelaram estrondosamente, sem parar. Uma multidão se reuniu confusa e ameaçadora nas imediações do Conclave. Os Cardeais apavorados prometeram o que o povo pedia, a eleição de um romano ou um italiano. Examinadas as várias soluções elegeram o napolitano e Arcebispo de Bari (cidade italiana às márgens do Adriático) Bartolomeu Prignano. O novo Papa era um homem muito conhecido e de uma vida irrepreensível.
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Nova confusão

[veremos na próxima postagem o que aconteceu]

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