Dia Mundial das Missões
O Dia Mundial das Missões é celebrado, todos os anos, no mês de outubro. É uma jornada de fé, a festa da Igreja missionária e da solidariedade em favor da missão universal da Igreja.
Os cristãos são chamados a repensar a sua vocação, sua responsabilidade com toda Igreja e sua co-responsabilidade na evangelização no mundo inteiro. O dia mundial das missões iniciou-se com Pio XI, em 1922. Naquele ano o papa que deu um grande impulso à missionariedade da Igreja além-fronteira; foi o primeiro a nomear um bispo indígena, ao qual seguiu uma série de bispos locais que deram uma dimensão universal à Igreja católica.
O Dia das Missões, celebrado neste ano no dia 23 de outubro, deve ser o grande dia da catolicidade. O católico deve viver e sentir este momento de universalidade da fé, superando todo fechamento em sua paróquia, no seu movimento, na sua pastoral e refletir sobre o mandato de Cristo de ir ao mundo inteiro.
O Dia das Missões é viver intensa, fraternalmente e sem limitações de fronteiras, raças e culturas, a alegria de sermos filhos e filhas de Deus, num verdadeiro universalismo de solidariedade espiritual e humana.
Tem como consequência concreta, a solidariedade com as Igrejas mais carentes do mundo. Todos os países, até os mais pobres, dão sua colaboração para este fundo de caridade que traduz, de maneira concreta, a comunhão e a caridade. As contribuições confluem em um único fundo que é repartido conforme as necessidades de cada Igreja pobre.
Missão é doação. Neste Dia Mundial das Missões, a Igreja pede de cada fiel, rico e pobre, mesmo que seja o óbolo da viúva, uma oferta, um gesto de partilha e de solidariedade para a missão. Tudo o que for arrecadado será enviado para as missões e para os missionários. Ser cristão é ser generoso e solidário.
O Dia das Missões é um olhar aberto sobre o mundo, um abraço das Igrejas entre si, das mais ricas e antigas para as mais pobres e novas, segundo o mandato de Cristo: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as criaturas” (MT 28,18).
“Exorto todas as Igrejas, os pastores, os sacerdotes, os religiosos/as e os fiéis a se abrirem à universalidade da Igreja, evitando toda forma de particularismo, exclusivismo ou qualquer sentimento de auto-suficiência” afirmava (João Paulo II, RM 85).
A Igreja, “por natureza é missionária, porque deriva da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o designo de Deus Pai”. Esta é “a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Existe para evangelizar” (EN 14).
Assim a Igreja não pode jamais fechar-se em si mesma. Está enraizada em determinados lugares para andar em outros. A sua ação, em adesão à Palavra de Cristo e sobre a efusão da sua graça e da sua caridade, se faz plena e atualmente presente a todos os homens e a todos os povos para conduzi-los à fé em Cristo.
Ignorar os problemas temporais da humanidade significaria “esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo sofredor e necessitado” (EN, 31); não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus que “percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade” (Mt 9,35). Por meio da participação co-responsável para com a missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos doou e colabora com a realização do plano de salvação de Deus para toda humanidade.
O Dia das Missões revive em cada um o desejo e a alegria de andar ao encontro da humanidade levando Jesus Cristo a todos.
(*) Dom Juventino Kestering, bispo diocesano
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