quinta-feira, 6 de outubro de 2011

São Bruno. Fundador dos Cartuxos (6 de Outubro)



<b>Bruno, São</b>
Bruno, São
Fundador dos Cartuxos


Bruno significa: “forte como uma couraça ou arma metálica” (Brunne, no alemão significa couraça).
Este santo se fez famoso por ter fundado a comunidade religiosa mais austera e penitente, os monges cartuxos, que vivem em perpétuo silêncio e jamais comem carne nem tomam bebidas alcóolicas.

Nasceu em Colônia, Alemanha, no ano 1030. Desde jovem demonstrou possuir grandes qualidades intelectuais, e especialmente aptidões para dirigir espiritualmente aos demais. Aos 27 anos era diretor espiritual de muitas pessoas importantes. Um de seus dirigidos foi o futuro Papa Urbano II.

Ordenado sacerdote foi professor de teologia durante 18 anos em Reimes, e Chanceler do Sr. Arcebispo, mais quando morreu sua Excelência, um homem indigno, conhecido como Manases, fez-se elegir arcebispo desta cidade, e diante de seus comportamentos tão imorais, Bruno o acusou ante uma reunião de bispos, e o Sumo Pontífice destitiu a Manases. Ofereceram-lhe o cargo de Arcebispo ao nosso santo, mais ele preferiu não aceitá-lo, porque não acreditava ser digno de um cargo tão alto. O destituído por vingança fez com que retiraram de Bruno todos os seus bens e queimar várias das coisas que possuia.

Dizem que por aquele tempo ouviu Bruno uma narração que lhe impressionou muito. Contaram-lhe que um homem que tinha fama de ser boa pessoa (mais que na vida privada não era nada santo) quando estavam celebrando seu funeral, falou três vezes. A primeira disse: “Fui julgado”. A segunda: “Fui dado como culpável”. A terceira: “Fui condenado”. E diziam que as pessoas se assustaram muito com o que tinham ouvido dele e que o cadáver foi tirado ao fundo de um rio caudaloso. Esta narração e outros pensamentos muito profundos que davam voltas em sua cabeça, levaram a Bruno a distanciar-se da vida mundana e dedicar-se totalmente à vida de oração e penitência, e um lugar bem distante de todos.

Possuindo ainda abundantes riquezas e gozando da amizade de personalidades importantes e de uma grande estima entre as pessoas, e podendo, se aceitava, ser nomeado Arcebispo de Reimes, Bruno renunciou a tudo isto e se foi de monge ao mosteiro de São Roberto em Molesmes. Mais observando que ainda ai observavam regras muito estritas, o que ele buscava era um silêncio total e um distanciamento completo do mundo. Por isso dispôs ir-se a um lugar muito mais longe. Ia realizar uma nova fundação.

São Hugo, bispo de Grenoble, viu em  sonho que sete estrelas o conduziam a um bosque distante e que lá construiam um farol que irradiava uma luz para todos os lados. No dia seguinte chegaram Bruno e seis companheiros para pedir-lhe que lhes mostrasse um lugar muito longe para que eles pudessem dedicar-se à oração e à penitência. São Hugo reconheceu neles os que tinha visto em seu sonho e os conduziu a um monte que lhe fora indicado na visão. Aquele lugar era conhecido como Cartuxa, e os novos religiosos receberam o nome de Cartuxos.

São Bruno escreveu para seus monges umas regras que é talvez a mais severa que existiu para uma comunidade. Silêncio perpétuo. Levantar-se a meia-noite para rezar por mais de uma hora.As 5:30 da manhã ir outra vez para reza na capela por outra hora, tudo em coro. O mesmo ao meio-dia e no emtardecer.

Jamais comer carne nem tomar bebidas alcóolicas. Receber visitas somente uma vez por ano. Dedicar-se por várias horas do dia ao estudo ou para trabalhos manuais especialmente o de copiar livros. Viver totalmente incomunicados com o mundo... É uma grande regra própia para homens que querem fazer grandes penitências pelos pecados e chegar a um alto grado de santidade.

São Hugo chegou a admirar tanto a sabedoria e a santidade de São Bruno, que o elegeu como seu diretor espiritual, e cada vez que podia escapava para o convento da Cartuxa para passar alguns dias de silêncio, oração e pedir conselhos ao santo fundador. O próprio Conde Rogerio, desde o dia em que se encontrou com Bruno pela primeira vez, sentiu por ele uma veneração muito grande, que não deixava de consultá-lo quanto tinha problemas bastante graves que resolver. E conta-se ainda que uma vez Rogerio lhe tinha preparado uma emboscada para matá-lo, e em sonhos lhe apareceu São Bruno para dizer-lhe que tivesse muito cuidado, e assim conseguiu livrar-se daquele perigo.

Naquele tempo tinha sido nomeado Papa Urbano II, o qual de jovem foi discípulo de Bruno, e ao recordar sua santidade, grande sabedoria e seu especial dom do conselho, o enviou a Roma para que lhe serviesse de conselheiro. Esta obediência foi bastante dolorosa para ele, dado que teve de deixar sua vida retirada e tranqüila na Cartuxa para morar em meio do mundo e seus afãs. Mais obedesceu imediatamente. É difícil calcular a enorme tristeza que seus monges sentiram ao vê-lo partir para terras longinquas. Vários deles não foram capazes de suportar sua ausência e decidiram acompanhá-lo para Roma. Dada esta circunstância o conde Rogerio lhe presentiou uma grande propiedade na Itália, onde o santo funda um novo convento, com as mesmas regras da Cartuxa.

Seus últimos anos passou entre missões encomendadas pelo Sumo Pontífice, e longas temporadas no convento dedicado à contemplação e à penitência. Sua fama de santo nesta época era muito grande.

Morreu no dia 06 de outubro do ano 1101 deixando como lembrança na terra uma fundação religiosa que foi famosa em todo o mundo por sua santidade e austeridade. Que Deus nos conceda como a ele, a capacidade de distanciar-nos do que é mundano e material, para dedicar-nos ao que é espiritual e nos conduz a santidade.

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