OS CRISTÃOS CALUNIADOS E O MARTÍRIO[1]
( P. Antenor de
Andrade)
As calúnias, as maledicências, os
disse-que-disse sempre acompanharam a vida humana. É o que aconteceu e sempre
mais infamantes e hediondos contra os primeiros Cristãos. A opinião pública e
até mesmo os homens cultos conseguiram levantar as massas que revoltadas e
sequiosas de sangue passaram a
perseguir, maltratar, assassinar os seguidores do pregador galileu.
A comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo, passou a ser vista como uma antropofagia, um infanticídio ritual.
Uma das calúnias afirmava que nos ritos de iniciação os Cristãos sacrificavam crianças para selarem a aliança entre si. Estes ritos, diziam, eram absolutamente guardados em silêncio, pois todos eram cúmplices do mesmo infanticídio.
Nas reuniões
noturnas - em que se celebrava a Missa ou outros atos litúrgicos - os
discípulos do Senhor chamavam-se de irmãos ou irmãs e trocavam o beijo da paz. Frontão,
- Mestre do Imperador Marco Aurélio e um dos grandes inimigos dos Cristãos –
via naqueles encontros momentos de orgias coletivas e ocasião para práticas de
incestos. Afirmava-se também que o grupo adorava um crucifixo com cabeça de
burro.
Diante desses
rumores partidos de altos expoentes da sociedade, logo começaram a serem
designados os responsáveis pelas perseguições e flagelos. Eles são fácilmente
reconhecios e culpados porque se distinguem das outras pessoas: não juram pelos
deuses Baco, Ércoles ou outros ídolos. As mulheres não se sentam de modos
provocantes.
Deste modo a
conversão ao Cristianismo implica em aceitar, em ir de encontro do martírio.
Por outro lado esta situação é considerado uma graça pelos irmãos/ãs, uma
vitória sobre o mal e vinha fortificar e aumentar o numero dos que aderiam à
Igreja. O martirio passou a representar a forma mais perfeita do ser Cristão. Muitos
a ele se submetiam:bispos como Inácio de Antioquia, estudiosos como Justino, escravas
como Blandina e numeros outros em diversos lugares do Império Romano.
O martíro
significava nascimento em Deus,
transformação em Jesus Cristo.
O sangue dos
mártires era semente de novos Cristãos.
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